quinta-feira, 26 de novembro de 2009

DESONERAÇÃO FISCAL - TRANSPORTE PÚBLICO EM SÃO PAULO

DESONERAÇÃO FISCAL


Mais uma medida manifestamente demagógica e eleitoreira do governo federal, mirando, obviamente, as eleições do ano que vem: desoneração de IPI sobre móveis, automóveis flex e só a álcool e caminhões também a biocombustíveis. Conversa fiada que se trata de preocupação ambiental. Além dos produtos da chamada linha branca, novas "desonerações" visam a alvos bem definidos. Acontece que, se efetivamente o governo estivesse agindo de boa-fé, não se limitaria a desonerar os produtores (na verdade, no final da linha, os consumidores) de impostos e burocracia temporariamente e em partes. O certo seria uma reforma tributária e trabalhista para valer, desonerando o setor produtivo e, consequentemente, beneficiando o povo consumidor. POR OUTRO LADO, E O QUE MAIS IMPORTANTE AINDA: O GOVERNO DEVERIA GASTAR MENOS, E, COM ISSO, ALIVIARIA A CARGA TRIBUTÁRIA COMO UM TODO.
TRANSPORTE PÚBLICO EM SÃO PAULO
Dias desses vi vistosa mensagem publicitária do governo municipal em São Paulo, falando da "excelência" do nosso transporte coletivo, notadamente o sistema de ônibus, prestes a ganhar outros instrumentos, como, por exemplo, o monotrilho, em parceria com o governo do Estado, em complementação ao metrô. Basta andar de ônibus, como faço, muitas vezes, para constatar-se que se trata de manifesta propaganda enganosa. Com efeito, a começar pelo leito carroçável de nossas avenidas e ruas, que são horríveis, e submetem-nos a solavancos a todo o instante. Por outro lado, os ônibus, embora alguns com pouco tempo de uso, são arcaicos e verdadeiras "carroças" no que concerne ao conforto dos passageiros e também do motorista e cobrador. Embora tenhamos condições de construir ônibus de primeiro mundo (os interurbanos e de turismo, por exemplo, são excelentes), não é o que vemos pelas ruas. Vemos, isto sim, ônibus de molejo duro, alguns, apenas, com piso baixo, e sem reclino para pessoas com problemas de deambulação, mulheres com carinhos de bebês e pessoas com outras necessidades especiais. Em recente viagem à Europa, sobretudo a Barcelona, tomei ônibus e metrô com meu filho, minha nora e meu neto de dois meses, experimentando o que é um verdadeiro respeito ao cidadão: ruas sem buracos, saliências e bueiros buraquentos, ônibus macios e confortáveis, TODOS COM PISO BAIXO, TODOS COM LUGAR ESPECIAL PARA CADEIRAS DE RODAS E CARRINHOS DE BEBÊS. ENFIM, UM AMBIENTE EFETIVAMENTE CIDADÃO E HUMANO, E NÃO COMO AQUI. Em conclusão: assim como o governo federal, o municipal e o estadual miram as eleições do ano próximo, desta feita com manifesta propaganda enganosa. Outra coisa para terminar, e repetindo o que já vimos dizendo: a desativação dos bondes, em 1968, foi um verdadeiro crime lesa-cidadão. Cuidava-se, com efeito, de um verdadeiro metrô de superfície, e como tal deveria ter sido encarado, com veículos certamente mais modernos, não em ruas estreitas, mas em avenidas, como a horrorosa Av. Sto. Amaro, que tinha uma linha de mais de 15 quilômetros. Ou seja: dever-se-ia imitar os bons exemplos de cidades civilizadas como Atenas, Istambul, Roma, Milão, Pisa e muitas outras, em que o transporte sobre trilhos de superfície é uma realidade.

Nenhum comentário: