sexta-feira, 30 de abril de 2010

ANISTIA - FINALMENTE BOM SENSO

ANISTIA- FINALMENTE BOM SENSO

Conforme vimos escrevendo a respeito do tema acima, o STF finalmente julgou improcedente a absurda arguição de inconstitucionalidade da "lei da anistia", proposta pelo Conselho Federal da OAB. Ora, a anistia teve caráter bilateral, no sentido do "esquecimento" das barbáries cometidas tanto pelos agentes do Estado ditatorial, quanto pelos terroristas subversivos. Quem é que não se lembra do emblemático assassinato do jovem Kozel Filho, de apenas 18 anos, por uma explosão debaixo da guarida onde fazia o trabalho de sentinela em quartel em São Paulo? Ou, então, dos sequestros de embaixadores? Ou, ainda, do assassinato a sangue frio do capitão norteameicano Chandler, além de mortes de agentes de segurança, assaltos a bancos etc.? Se fosse para desarquivar tudo, então todos mereceriam reprimenda.E, então, não seria mais anistia.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

21 DE ABRIL: MAIS BRASÍLIA E MENOS TIRADENTES - MEMORIAL DO IMIGRANTE

21 DE ABRIL: MAIS BRASÍLIA E MENOS TIRADENTES


Lendo jornal e vendo telejornais de hoje, pude constatar UM ÚNICO ARTIGO a respeito do mártir e inconfidente Tiradentes na Folha de S. Paulo, da lavra de um Promotor de Justiça, meu ex-assessor quando era eu Procurador Geral de Justiça. No mais, laudações sobre Brasília, embora recheadas de críticas, mormente em decorrência do "mensalão do DF". É lamentável constatar que o Brasil, sobretudo pelas emissoras de TV, sobretudo a Globo, com profunda penetração nos lares patrícios, gaste todo o precioso tempo do Jornal Nacional com os festejos e "shows" de gosto duviduso brasilienses, com uma única tomada de imagem de Ouro Preto, hoje designada a Capital Mineira, por razões óbvias, mas que uma boa parte do Brasil desconhece. Ou seja, deveriam se preocupar, isto sim, em levar ao "povão" informações históricas sobre a Inconfidência Mineira, estopim de nossa própria independência, trinta anos mais tarde.
MEMORIAL DO IMIGRANTE

Aproveitando o feriado, fomos, minha mulher, filha e eu ao Memorial do Imigrante, localizado no tradicional bairro paulistano da Mooca, outrora habitado maciçamente por imigrantes italianos. Para começar, é um tormento chegar até lá, por falta de sinalização, a não ser um placa ao longo de apenas uma das avenidas de acesso. Esse acesso é dificultado, para quem não conhece bem o bairro, porque é cortado pela linha ferroviária, viadutos e linhas do metrô. Depois de muito rodar e indagar os transeuntes, lá chegamos. Defronte há um prédio horroroso, de cor azul, que pertence ao governo do Estado (CPTM - Cia. Paulista de Trnes Metropolitanos). Trata-se de um beco sem saída, lindeira com a linha férrea, rodeado de construções igualmente feias e todas pichadas. O cheiro de urina é insuportável. Tranquilidade, somente nos jardins --- razoavelmente cuidados --- e no interior do prédio do museo. Há um passeio curto de trem puxado por uma saudosa "Maria Fumaça", com explicações sobre a história do local e empresa ferroviária pioneira, a São Paulo Railway. E aí a primeira decepção: mais de uma centena de locomotivas e vagões antigos, em lastimável estado, e que supostamente estão alí para serem restaurados, sabe-se lá quando. Meritória, todavia, a missão, nesse sentido, da ABPF - Associação Brasileira de Preservação Ferrovária, uma ONG que certamente luta com dificuldades (aufere renda com as passagens de 5 reais por pessoa e venda de doces). Em Jaguariúna também tive a oportunidade de fazer um outro passeio patrocinado pela mesma entidades. Só que lá as locomotivas parecem em melhor estado. No interior do museu, a segunda decepção. Embora haja a exposição de objetos, vídeos, quadros e outros informativos, é bastante pobre o seu acervo. Sobressaem apenas três setores: o da imigração japonesa, o da exposição sobre os 65 anos da vitória dos soviéticos sobre a Alemanha nazista (mas e os outros aliados, também não foram importantes, Brasíl, com seus pracinhas, inclusive?), e sobre a importância do ciclo cafeeiro. Daí a pergunta: e as colônias portuguesa, italiana e sírio-libanesa, que são as maiores, onde estão os dados sobre suas imprescindíveis contribuições? Onde é que estão seus líderes? Onde estão os representantes dos governos principalmente estadual e municipal? Como se vê, não temos, mesmo, preocupação alguma com as tradições e com a história. Um museu que se preze --- vide o da ilha Ellis, em Nova Iorque, que também recebia as levas imigratórias --- deve não apenas zelar pelo seu acervo e enriquecê-lo, como também pressionar para que o entorno seja agradável e atraia visitantes. E não o lixo que é o entorno do Memorial do Imigrante.